A Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é uma deformidade da coluna vertebral e do tronco, tridimensional e multifatorial, que afeta crianças e adolescentes aparentemente saudáveis, sendo a maioria meninas (cerca de 80%). Pode progredir durante os rápidos períodos de crescimento. Entre 2% e 4% da população tem escoliose. O diagnóstico precoce é o principal aliado do tratamento. Mais de 99% dos casos, se detectados precocemente, terão a deformidade estabilizada por meio de tratamento conservador (não cirúrgico) específico para escoliose. No entanto, o diagnóstico tardio e a não realização de tratamento conservador adequado tem levado um grande contingente de adolescentes à cirurgia, uma intervenção altamente complexa e com riscos.
No Brasil, não há política de detecção precoce. Além disso, é pouco difundido no país o tratamento conservador de escoliose preconizado pelos consensos internacionais. O tratamento oferecido no SUS baseia-se em coletes com tecnologia defasada e fisioterapia não específica para escoliose. A principal consequência desta situação é o alto índice de cirurgias de escoliose no Brasil e filas enormes no SUS, com o sério agravamento da deformidade nas/os adolescentes.
Foi diante desse cenário que surgiu a ideia da pesquisa Tratamento de pessoas com Escoliose Idiopática do Adolescente no Brasil e os desafios à integralidade do cuidado, com o objetivo de desenvolver novas perspectivas para diagnóstico e tratamento de Escoliose Idiopática do Adolescente no Sistema Único de Saúde (SUS), sob o princípio da integralidade do cuidado.
A pesquisa conta com o apoio financeiro do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública - ENSP/Fiocruz da Vice-direção de Pesquisa e Inovação.
O projeto une duas instituições: a Fiocruz, com ampla experiência em saúde pública; e o Instituto de Escoliose Patrícia Ítalo Mentges, que atua desde 2011 no tratamento conservador de escoliose seguindo as diretrizes da Sociedade Internacional de Tratamento Ortopédico e Reabilitação da Escoliose – SOSORT, além de promover a conscientização e oferecer formação a fisioterapeutas e médicos.
Os resultados previstos da pesquisa são:
- análise do panorama atual em todo país do tratamento de EIA no SUS;
- análise dos itinerários terapêuticos de tratamento de EIA;
- desenho de um modelo de tratamento conservador de EIA no SUS de acordo com as diretrizes internacionais, baseado no princípio da integralidade do cuidado;
- elaboração de material educativo e de divulgação em vídeo, meio digital e impresso;
- e elaboração de artigos científicos.
Nesse site, você encontrará informações detalhadas da pesquisa e também sobre a escoliose.